Letícia Figueiredo

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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Tireóide: O Tamanho Desta Glândula é Desproporcional à Sua Importância.

Ela é pequena e seu formato lembra o de uma borboleta. Mas, não se engane, o tamanho desta glândula é desproporcional à sua importância.

Uma queda brusca nas reservas de energia, um cansaço implacável, o intestino que resolve travar, inchaços nas pernas e sem falar nos ponteiros da balança que custam a baixar. Estes podem ser os sinais de que a tireóide está funcionando em marcha lenta. A pequena glândula endócrina, em forma de borboleta é localizada na parte anterior do pescoço, no famoso gogó, é responsável pela produção dos hormônios T3 (triodotironina) e T4 (tiroxina),que regulam o metabolismo.

"A tireóide produz principalmente o T4 que será transformado dentro das células em T3, o hormônio ativo. O T3 se ligará a receptores no núcleo das células e incitará o funcionamento das mesmas. O T3 age em praticamente todos os órgãos, estimulando várias funções. Por exemplo no coração controla os batimentos cardíacos; no intestino, monitora o peristaltismo e a frequência de evacuações; e no cérebro, interfere na memória, no humor e em outras funções congnitivas",explica a endocrinologista Gisah Amaral de Carvalho, membro do departamento de Tireóide da Sociedade Brasileira de Endocrinologista e Metabologia (SBEM) e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

E quando a tireóide desacelera - problema conhecido como hipotireoidismo - todo corpo fica preguiçoso. Com a diminuição no metabolismo geral, há uma verdadeira pane e, ainda, a tendência a engordar, que pode chegar a 10% do peso corporal. Mas, atenção! Segundo o endocrinologista Filippo Pedrinola, apesar do problema poder sim aumentar a silhueta, raramente a deficiência da tireóide leva à obesidade. O tratamento por meio da reposição hormonal com levotitoxina, que deve ser ingerida diariamente em jejum.

ALIMENTOS QUE FAZEM A TIREÓIDE TRABALHAR MAIS (E VOCÊ PERDER PESO).

Leite-> Uma das principais fontes de cálcio, que quando está em baixa no organismo, desativa as enzimas envolvidas no metabolismo. Além disso, possui iodo, o nutriente mais importante para a tireóide.
Cosumo ideal: 3 porções ao dia. "Pode ser leite e seus derivados (iogurte e queijos, de preferência magros)", lembra a nutricionista Lara Nattaci Cunha, de São Paulo.

Gema de Ovo-> Além do iodo, possui vitamina D, que, quando em baixa, compromete a participação dos hormônios tireoidianos nos ossos.
Consumo ideal: 1 unidade, três vezes por semana.

Algas-> Da mesma forma que os frutos do mar e os peixes de água salgada, trata-se de uma ótima fonte de iodo, que colobora na produção dos hormônios tireoidianos e na melhora do metabolismo.
Consumo ideal: 1 pires de chá, duas a três vezes por semana.

Peixes de Água Salgada-> Peixes de água salgada oferecem uma boa quantidade de iodo e cálcio, que favorecem o bom funcionamento
de todo o organismo, até mesmo da tireoide. Vale a pena investir, por exemplo em pescada, atum, sardinha, cação e badejo.
Cosumo ideal: 1 porção de 120g, três vezes por semana.

Frutos do Mar-> Ostras, lagostas, camarões etc. São fontes riquissimas em iodo. "Também apresentam boas doses de cálcio, e sua importância para a tireóide se dá porque tanto o T3 quanto o T4 atuam no osso e na cartilagem, onde desempenham papel importante no metabolismo celular", comenta Bruno Gomes Reis, da RGNutri Consultoria Nutricional. Ou seja, essas estruturas precisam do mineral para que o processo ocorra adequadamente.
Consumo ideal: 1 porção de 120g, duas vezes por semana.

Cereais Integrais-> São boas fontes de magnésio, um mineral que quando está em baixa, diminui a secreção de PTH (hormônios secretado pelas glândulas paratireoides), o que prejudica a resposta óssea e renal do organismo.
Consumo ideal: 1 porção de 100g ao dia.

Laranja-> É rica em selênio e vitamina C, que é a estrela entre seus nutrientes. Além de reforçar a imunidade, ser necessária para a absorção de cálcio e um bom antioxidante, ela também participa da formação das catecolaminas, que são potencializadas pelos hormônios tireoidianos.
Consumo ideal: 1 unidade ao dia.

Sementes-> Linhaça dourada, semente de abóbora e de girassol são pequeninas, mas poderosas. Dois de seus principais nutrientes são o cálcio e a tirosina, que funciona como um alimento para o metabolismo.
Consumo ideal: 1/2 xícara, três vezes por semana.

Castanha-do-Brasil-> Ela contém selênio, um mineral importante para o organismo, pois participa dos mecanismos antioxidantes, influência no sistema imune e atua ativamente da homeostase (estabilidade) da glândula da tireóide. "Estudos demonstram que a deficiência de selênio resulta em baixos níveis plasmáticos de T3", comenta Bruno Reis.
Consumo ideal: Uma ou duas por dia já é o suficiente.

Carne vermelha-> Além do selênio, também conta com a vitamina B6, que atua na produção de hormônios e é estimulante das funções defensivas das células.
Consumo ideal: 1 porção de 120g ao dia.

A SOLUÇÃO PODE ESTÁ NO SEU PRATO.

O principal nutriente para o bom funcionamento da tireóide é o iodo. A glândula utiliza este mineral- que pode ser ingerido na dieta - para a produção dos hormônios. " Uma dieta adequada fornece cerca de 150 microgramas (mcg) de iodo por dia, quantidade suficiente para uma adequada fabricação de T3 E T4", explica Gisah Amaral de Carvalho. Mas, ela alerta para o exagero. Medicamentos, vitaminas ou alimentos com grande quatidade do mineral podem fornecer uma dose exagerada, o que pode atrapalhar o fucionamento da glândula. "Vale lembrar, que com uma estratégia para suprir a necessidade de iodo pelas populações, diversos países, até mesmo o Brasil, adotam a iodação do sal para o consumo. Embora não se deva consumir sal em excesso, porque pode trazer prejuízos à Saúde, o seu consumo moderado e diário é essencial para que a necessidade do mineral seja suprida", explica a nutróloga Regina Mestre, do RJ.

OUTROS PROBLEMAS.

Mas, além do hipotireoidismo, que é a disfunção mais comum na glândula, há um outro distúrbio preocupante: O hipertireoidismo. A doença é caracterizada pela aceleração da tireóide, ou seja, pela produção excessiva de T3 e T4. Os sintomas mais comuns são insônia, taquicardia, irritabilidade, falta de concentração e, ao contrário do hipotireoidismo, perda abrupta de peso. O tratamento pode incluir a droga antitireoidiana.

Em casos severos pode-se recorrer ao iodo radiotivo, que vai provocar a morte celular, e
hipotireoidismo, o que resulta em reposição hormonal posteriormente. A recomendação cirúrgica é apenas para os casos graves. " As duas disfunções são geneticamente herdadas. Tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireodismo são doenças auto-imunes, ou seja, o indivíduo produz anticorpos contra a tireóide", explica Gisah.

No momento em que a produção de T3 e T4 fica muito baixa, a hipófise recebe a mensagem para produzir mais TSH, hormônio que vai estimular a fabricação dos dois primeiros. Mas quando os níveis de T3 E T4 aumentam, a hipófise é avisada para cessar a produção de TSH. É por essa razão que um dos exames sanguínios que verificam o funcionamento da tireóide é o nível de TSH. Se estiver muito alto, o resultado aponta o hipotireoidismo. Porém, se estiver baixa, indica hipertireoidismo.

A tireóide também pode ter alteração anatômicas, resultado da presença de nódulos ou do crescimento uniforme da glândula (bócio difuso). "Os nódulos são detectados ao exame clínico (apalpação do pescoço) em 4% a 7% da população em 95% dos casos são benignos", exolica Gisah.


ELAS SÃO A MAIORIA.

O hipotireoidismo é a alteração mais frequente da tireóide. Segundo Gisah Amaral de Carvalho, sua prevalência em mulheres é em torno de 10% e aumenta na menopausa, ficando em torno de 12 a 15%. Em homens, o percentual gira em torno de 3%. A incidência maior na ala feminina acontece porque o hormônio delas favorecem a saída de iodo pela urina, portanto a mulher perde mais esse mineral do que o homem. E a sua carência pode levar ao aumento da tireóide, conhecida como bócio.

"Uma em casa 10 mulheres apresenta hipotireoidismo. Em homens, sua prevalência gira em torno de 3%".

Além disso, o hormônio feminino torna o tecido tireóidiano mais sensível à ação do TSH, por isso elas tendem a ter a tireóide um pouco maior e, portanto, mais sujeita a problemas.
As mulheres têm de oito a nove vezes mais nódulos nesta glândula do que os homens, por efeito da gravidez ou do hormônio feminino. Todos esses fatores fazem com que muitas delas
tenham disfunções como consequência de gestação passada. É importante lembrar também que as doenças da tireóide são Hereditárias, ou seja, mulheres de uma mesma família podem
apresentar o problema.


COMO AS DISFUNÇÕES NA GLÂNDULA AFETAM O CORPO

Acompanhe o que a deficiência (hipotireoidismo) ou o excesso (hipertireoidismo) de hormônios tireoidianos pode provocar em todo o organismo.

1->Sistema Cardiovascular.
Como os hormônios agem: Interferem nos batimentos cardíacos e agem no mecanismo conhecido como débito cardíaco (quantidade de sangue bombeado pelo coração a cada minuto).
Deficiência: Diminuição da frequência cardíaca, da força e velocidade de contração do coração e do débito cardíaco.
Excesso: Taquicardia e arritmias.

2->Sistema Gastrointestinal.
Como os hormônios agem: colaboram com a ação das catecolaminas (hormônios produzidos pelas glândulas adrenais, que podem agir como neurotransmissores), interferindo no funcionamento do intestino. Os rins também são influenciados.
Deficiência: O intestino fica mais lento e a pessoa sofre com prissão de ventre. Os rins passam a filtrar os líquidos lentamente e o indivíduo urina menos.
Excesso: O funcionamento do intestino se acelera, provocando um número maior de evacuações. Aumenta o fluxo da urina.

3->Sistema Nervoso.
Como os hormônios agem: São essenciais para o desenvolvimento e a manutenção do sistema nervoso central. Também potencializam a ação das catecolaminas.
Deficiência: Estudos divulgados pela Sbem, o hipotireoidismo frequentemente leva a depressão, assim como o tratamento dessa condição fica prejudicado na presença da doença."Entretanto, está associação ainda não está clara e os dados sobre variações na função tireoidiana em pacientes deprimidos e desordens de humor são inconsistentes". comenta Gisah.
Excesso: Irritabilidade, nervosismo, ansiedade, agitação, insônia, aumento da velocidade e amplitude dos movimentos e tremores.

4->Pele, Unhas e Cabelos.
Como os hormônios agem: Da mesma forma que no sistema muscular-esquelético, as proteínas são essenciais para estas estruturas.
Deficiência: A pele resseca, o cabelo pode cair e as unhas ficam quebradiças.
Excesso: Os hormônios queimam proteínas em excesso, causando os mesmo sintomas do hipotireoidismo.

5->Sitema Muscular Esquelético.
Como os hormônios agem: Controlam a síntese de proteínas, essencial para o crescimento e desenvolvimento dos músculos.
Deficiência: Pode desencadear fraqueza, dores musculares, câimbras e diminuição da massa óssea.
Excesso: Os hormônios queimam proteínas em excesso, causando os mesmos sintomas do hipotireoidismo.

6->Sistema Reprodutor.
Como os hormônios agem: O T3 e o T4 interagem com os hormônios da hipófise e do aparelho reprodutor, ajudando a manter as funções reprodutivas em ordem.
Deficiência: "A disfunção leva a um aumento nos níveis de prolactina, hormônios que, em excesso, diminui a capacidade de concepção", explica a endocrinologista Adriana Menades. Também ocasiona irregularidade na menstruação e diminuição da libido.
Excesso:Causa irregularidade na menstruação e infertilidade, mas provoca o aumento da libido.

7-> Peso Corporal.
Como os hormônios agem: Regulam a transformação dos nutrientes em energia para manter as funções vitais e para atividade física.
Deficiência: O metabolismo energético trabalha devagar, ocasionando um menor gasto de energia e o aumento de peso. Mas a pessoa engorda principalmente por causa do acúmulo de mucopolissacarídeos (cadeis de açúcar usadas na construção de tecidos), que associados à retenção de àgua produzem inchaço.
Excesso: Acelera o metabolismo, levando a um maior gasto de energia e perda de peso, apesar do aumento de apetite.

Um comentário:

ana mateus disse...

gostava de perceber se o diâmetro da glândula obedece a parâmetros ou o seu diâmetro podes ser variável. no meu caso tenho as seguintes dimensões, direito, 47x17x17mm, esquerdo, 46x15x16mm para alem de apresentar uma ecoestrutura heterogénea, alguém me sabe explicar isto? tentei perceber com informação aqui e não encontrei nada.
agradço a quem me possa ajuadar

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